sábado, 24 de junho de 2017

Templo Romano de Évora - “Templo de Diana”





O Templo Romano, em Évora, é um dos mais grandiosos e mais bem preservados templos romanos de toda a Península Ibérica, tendo sido considerado Património Mundial pela UNESCO em 1986. É o ex-libris da cidade.


Olhar para este Templo Romano, também conhecido (erradamente) como Templo de Diana, é como regressar ao passado e idealizar tempos que já lá vão. É um dos mais importantes marcos históricos de Évora, senão o mais importante, sendo também um dos mais visíveis símbolos da ocupação romana na cidade.


De estilo coríntio, o templo romano foi construído no início do século I, d.C., e fica situado no centro histórico da cidade, mais precisamente, no Largo Conde de Vila Flor, próximo da Sé Catedral de Évora, da Biblioteca Pública de Évora, do Fórum Eugénio de Almeida, do Museu de Évora e da bela Pousada dos Lóios.


Quando estiver a visitar Évora, este será um circuito bastante interessante para se fazer num dia. Sugiro também um passeio pelo Jardim de Diana, para relaxar, beber um refresco e deliciar-se com a magnífica vista sobre a cidade e a planície alentejana que a rodeia.

Ainda hoje este monumento é conhecido como Templo de Diana por muitos portugueses e mesmo eborenses. A confusão explica-se, talvez, devido a uma lenda criada no século XVII que associava a construção do “Templo de Diana” em Évora em honra da deusa romana da caça. A História viria a revelar que, na verdade, o Templo Romano de Évora foi erigido para prestar homenagem ao Imperador Augusto, venerado como um deus, fazendo parte daquilo que seria o fórum romano. Foi modificado nos dois séculos que se seguiram (II e III d.C.) e destruído em parte no século V, aquando da invasão dos povos bárbaros.







Com o passar dos séculos, o Templo foi sofrendo várias destruições e alterações na sua utilização prática. No século XIV, por exemplo, servia de casa-forte ao castelo da cidade de Évora. Mais tarde, foi modificado para servir de matadouro.


Na segunda metade do século XIX foi alvo de uma grande restauração, cujo objetivo foi devolver-lhe o traçado original, a sua dignidade de monumento. Finalmente, no século XX, aquando de novas escavações, foram encontrados vestígios de um pórtico que estaria rodeado por um espelho de água.


Apesar de todas as modificações e destruições de que foi objeto, o Templo Romano de Évora mantém a sua planta original. Este majestoso monumento tem uma forma retangular. A base (o pódio), feita de grandes blocos de granito e com cerca de 3,5m de altura, está quase intacta.

Colunas do Templo
Sobre a base do Templo Romano de Évora assentam ainda catorze das suas colunas coríntias originais. Muitas destas colunas ainda conservam os seus capitéis, feitos de mármore branco de Estremoz. O pavimento, que se crê ter sido revestido por mosaicos, desapareceu por completo.


Atualmente, podemos ver o pódio, quase completo; a escadaria, em ruínas; no topo norte, seis colunas intactas, suportando ainda, apesar do rigor dos tempos passados, a arquitrave original; e nas laterais, mais sete colunas (quatro a este e três colunas completas a oeste). Muito semelhante ao que acontece no Templo de Diana em Mérida (Espanha) ou no Templo de Ártemis em Éfeso (Grécia).


No Templo Romano de Évora podemos ver hoje em dia, ao fim de semana, casais recém-casados a posar para fotografias intemporais que os lembrarão não só da união mas também da imponência deste grandioso templo. Para além destes, os turistas sem fim, os recém-licenciados da Universidade de Évora, os namorados, enfim…, que se esgueiram para lá das fitas de proteção, todos querem uma lembrança de um monumento que atravessa os séculos.






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