segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Bonecos de Estremoz são Património Cultural Imaterial da Humanidade







Os "Bonecos de Estremoz" pertencem a uma arte de carácter popular, com mais de 300 anos de história, tendo sido o primeiro figurado do mundo a merecer a distinção de Património Cultural Imaterial da Humanidade, na sequência da candidatura apresentada pela Câmara Municipal de Estremoz, no distrito de Évora.



Foto: Jorge da Conceição

Breve História dos Bonecos de Estremoz

As primeiras referências ao figurado de Estremoz são de princípios do séc. XVIII. Em 1770, sabemos da existência das “boniqueiras”, mulheres que faziam curiosidades e figuras de barro e que tinham um trabalho não reconhecido enquanto ofício.

Os bonecos tiveram certamente início na necessidade espiritual, ou seja, o povo queria ter em casa os santinhos da sua devoção. Comprá-los em talha era impossível, dadas as dificuldades do quotidiano, pelo que, supomos, uma mulher habituada a lidar com o barro se terá atrevido a modelar pela primeira vez um santinho da sua devoção particular e daqui terá nascido a tradição, numa terra onde o barro era abundante.

Dos santinhos, e dada a expansão do gosto presepista Escola de Mafra de setecentos, passou-se às cenas de natividade. Os Presépios eruditos, observados nos Conventos e casas abastadas, depressa foram adaptados à mundividência popular das bonequeiras. Assim, na cena envolvente à da Sagrada Família nasceram os Reis Magos, os Ofertantes regionais e um vasto reportório, como o “Pastor a comer”, o “Pastor a dormir”, a “Mulher das Galinhas”, o “Pastor com o cabrito às costas”, entre outros. Hoje estas figuras “sobrevivem” fora do Presépio. Em oitocentos, os homens começam a intrometer-se na arte, segundo relato da barrista Georgina, que confirmou a Sebastião Pessanha, no princípio do séc. XX, ter aprendido a arte por intermédio do seu esposo.

Em 1935, José Maria Sá Lemos, Diretor da Escola Industrial de Estremoz, convenceu a artesã Ti Ana das Peles, que apenas sabia modelar “Assobios”, a ensinar o que sabia da arte e a participar no processo de “ressuscitar” as figuras que já ninguém modelava desde a década passada.

Deste feliz encontro de saberes, nasce o gosto da família oleira Alfacinha pelo figurado de barro, nomeadamente Mariano da Conceição, que o transmite a alguns empregados da Olaria e a familiares diretos.

Atualmente, modelam bonecos as Irmãs Flores, Fátima Estróia, Afonso e Matilde Ginja, Duarte Catela e Ricardo Fonseca. Utilizando as técnicas tradicionais, mas modelando com formas contemporâneas e locais, temos Isabel Pires, Jorge da Conceição e Célia Freitas/Miguel Gomes.



Foto: Jorge da Conceição























ARTESÃOS DOS BONECOS DE ESTREMOZ


Afonso Ginja
Rua Direita n.º 5, 7100-535 Estremoz
Telefone: 268 081 618 / 936 605 111

Célia Freitas e Miguel Gomes*
Telefone: 268 620 564 / 963 505 473 / 924 224 973

Duarte Catela*
Telefone: 961 831 183

Fátima Estróia
Rua Narciso Ribeiro n.º 3, 7100-554 Estremoz
Telefone: 966 602 355

Irmãs Flores
Largo da República n.º 31/32, 7100-505 Estremoz
Telefone: 268 324 239
E-mail: maria.inacia.flores@gmail.com

Jorge da Conceição*
Telefone: 933 803 566
E-mail: jdaconceicao.estremoz@gmail.com

Maria Isabel Pires
Bairro da Salsinha Lote 37, 7100-102, Estremoz
Telefone: 268 322 183 / 926 943 974
E-mail: isabelcatarrilhaspires@gmail.com

Ricardo Fonseca
Largo da República n.º 31/32, 7100-505 Estremoz
Telefone: 964 669 754

* não possuem atelier em Estremoz








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