A expansão do mercado asiático e o aumento da procura por espécies marinhas ameaça as populações residentes de cavalos-marinhos da ria Formosa. O embaixador destas águas enfrenta um futuro adverso.
A procura moderna regista uma clara finalidade económica. Maioritariamente destinado à medicina tradicional, o consumo de cavalos-marinhos na Ásia é voraz. As espécies de cavalos-marinhos da ria estão protegidas pelo anexo B da convenção CITES, mas isso não trava necessariamente a captura. Através de métodos não permitidos no Parque Natural, como o mergulho com garrafa e o arrasto de vara, alguns pescadores encontraram aqui uma janela de oportunidade. Com pouco esforço, retiram destas águas um recurso valioso.
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No sistema lagunar, o hidrodinamismo é forte, de tal forma que, durante a maré vazia, 80% da ria fica a seco, restando apenas 20% que pode ser habitada por cavalos-marinhos. Expostos e desamparados, tornam-se alvos de fácil captura para os bons conhecedores destas águas.
Durante anos, esta terá sido a maior população do mundo de cavalos-marinhos. Alguns investigadores acreditam que esse estatuto já se perdeu.
Os esforços para combater o problema têm sido incessantes. Os investigadores do CCMAR, com o apoio do Parque Natural da Ria Formosa, do Instituto da Conservação da Natureza e da Floresta e da Fundação Oceano Azul/Oceanário de Lisboa têm o objetivo de criar mini-reservas de protecção total para serem utilizadas como berçários, originando desta forma indivíduos suficientes para colonizar as restantes zonas da ria. Se respeitadas, estas reservas produzirão benefícios não só para os cavalos-marinhos, mas também para outras espécies que ali habitam. Mas dentro deste gigantesco labirinto de canais, torna-se complicado manter olhos em todo o lado.
Fonte: nationalgeographic
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