segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Marvão – deixe-se encantar por esta majestosa vila amuralhada, construída sob uma montanha escarpada




Entre Castelo de Vide e Portalegre, a poucos quilómetros de Espanha, encontramos a tranquila vila de Marvão, no ponto mais alto da Serra de São Mamede.

O Monte de Ammaia, como era conhecido, deve o seu atual topónimo ao facto de ter servido de refúgio a Ibn Marúan, um guerreiro mouro, durante o séc. IX. O domínio árabe, que durou alguns séculos, terminou quando a campanha militar de 1160/66 da Reconquista Cristã aqui teve mais uma vitória, sob a ação de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.

Geograficamente, Marvão é um ponto de defesa estratégico natural, marcado por encostas muito íngremes a Norte, Sul e Oeste, e com acesso a pé apenas pelo lado Este, para onde se desenvolveu a povoação.

Este facto não foi indiferente a conquistadores e a reis, que sempre se preocuparam com o reforço do castelo e das muralhas. Teve um papel fundamental em grandes conflitos militares, dos quais se recordam a luta entre o rei D. Dinis e seu irmão D. Afonso (1299), a Crise Dinástica de 1383-85, as Guerras da Restauração da Independência (1640-68), a Guerra da Sucessão de Espanha (1704-12) ou as Guerras Peninsulares (1807-11). A importância de Marvão foi reconhecida quando foi elevada a vila por D. Sancho II, em 1266. O foral foi renovado por D. Dinis, em 1299, e pelo Foral Novo de D. Manuel, em 1512, que deixou a sua ação assinalada pelo Pelourinho e pelas armas reais colocadas no edifício dos Paços do Concelho.

Dentro das muralhas, revela-se um bonito conjunto de arquitetura popular alentejana. Nas estreitas ruas de Marvão, descobrem-se facilmente arcos góticos, janelas manuelinas, varandas de ferro forjado embelezando as casas e outros detalhes de interesse em recantos marcados pelo granito local.

Do património edificado, para além do castelo e das muralhas que dificilmente se esquecem, destacam-se a Igreja de Santa Maria, transformada em Museu Municipal, a Igreja de Santiago, a Capela renascentista do Espírito Santo e o Convento de Nossa Senhora da Estrela, fora das muralhas.

Um dos principais motivos para visitar a vila é a bela vista sobre a região. Elegemos como miradouros a alta Torre de Menagem e a Pousada de Santa Maria, uma adaptação de duas casas da aldeia, onde também poderá descansar e saborear a gastronomia regional.

A Festa do Castanheiro, que se realiza em Novembro, é uma excelente oportunidade para a visita e para conhecer as gentes e costumes locais. 



Foto: http://partiupelomundo.com

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