sexta-feira, 29 de novembro de 2019

15 golfinhos deram a costa entre as praias de São Pedro de Moel, na Marinha Grande e de Lavos, na Figueira da Foz


Não terão morrido todos na mesma altura, nem têm todos a mesma idade, mas 15 golfinhos foram detectados entre as praias de São Pedro de Moel, na Marinha Grande, e de Lavos, na Figueira da Foz, entre os dias 20 e 25 de Novembro, durante uma acção de limpeza do grupo de voluntariado Brigada do Mar.

Só nas praias do distrito de Leiria foram encontrados dez destes mamíferos, “uns em estado de decomposição mais avançado e outros menos, o que demonstra que são mortes em tempos diferentes”, afirma Simão Acciaioli, um dos voluntários que coordenou a acção.

“Há uma cria pequena e outros golfinhos com tamanhos entre 1,60 e os dois metros. Estavam no areal, mas não significa que tenham morrido nesta zona. Dão à costa com as marés e ficam presos na areia. Com estas tempestades, se não forem recolhidos podem voltar a ser arrastados para o mar”, explica o voluntário.

Sem ser especialista, Simão Acciaioli aponta que as causas para estas mortes podem estar relacionadas com as “redes de pesca activas e fantasma” (perdidas no mar), “a desorientação de um animal e todo o grupo vai atrás ou um deles que se perde”. Independentemente das razões, Simão Acciaioli garante que estes “não podem ser números normais”.

“Um dos golfinhos tinha uma corda amarrada na cauda. Não sabemos se foi alguém que a amarrou ou se por acaso se prendeu”. Os voluntários contactaram o Centro de Recuperação de Animais Marinhos, que os recolheu e irá proceder às autópsias para identificar as causas da morte.

Entre os dias 20 e 25, a Brigada do Mar apanhou sete toneladas de lixo, numa extensão de cerca de 40 quilómetros de areal. “Não é normal a quantidade de lixo depositado na orla costeira. Isto é algo que não pode continuar e requer uma grande atitude de todos.” Das sete toneladas de resíduos de grandes dimensões recuperados das praias estão duas mil armadilhas para apanha de polvo, embalagens de plástico, redes de pesca, lixo urbano variado, como electromésticos, pneus, lâmpadas ou botijas de gás, e ainda centenas de caravelas portuguesas.

“O impacto de uma rede de pesca não é igual ao de um cotonete ou de uma beata de cigarro. Mais de 80% do lixo encontrado está relacionado com as actividades piscatórias desta região e de todo o mundo”









Foto:Pedro Roldão
Jornal de Leiria

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